Colaboração. É, talvez entre no vocabulário das novas produções audiovisuais outras palavras como interação, hibridismo, respostas, participação. A nova onda é dos videoclipes colaborativos. Para quem nunca ouviu falar, a técnica é bem simples (ou bastante complicada): o público participa de várias etapas do processo, desde as escolhas da produção até a própria gravação com o envio de vídeos próprios. As formas de interação são tão diversas quanto os caminhos que o produto pode passar.
Tato Messias |
Mas aí você pensa: se as imagens do videoclipe serão do público, o trabalho maior será da edição. Mero engano. Tato ainda explica que todas as etapas são importantes e nem todos os colaborativos usarão apenas imagens do público. "A criação de um vídeo é um processo evolutivo e quanto mais bem feita estiver uma etapa, melhor será o resultado da seguinte. No momento da edição você até pode tentar 'dar um jeitinho', mas não fazer milagres", explica.
Curiosos que somos, corremos atrás de alguém que já tivesse participado de cada etapa dessa. Laiz Dias, ao lado de Ítala Santana e Tailane Marques, todas comunicólogas, desenvolveram em um trabalho de conclusão de curso o projeto chamado "Você no Videoclipe: Pra Manter ou Mudar". E foi aí que toda colaboração era bem-vinda. Personagem central, objeto destacado, conflito, cenário predominante e ações: tudo foi escolhido pelo internauta em enquetes. "A principal proposta era explorar o contexto da interação e colaboratividade presentes na internet", diz Laiz.
"As pessoas querem expor suas opiniões e participar de alguma forma", Laiz Dias. |
Por afinidade com o som e proximidade com a visão de trabalho, o projeto foi feito com a música "Pra Manter ou Mudar" da banda Móveis Colonias de Acaju, cujo status está relacionado ao fato da banda ter uma relação íntima com a rede.
Laiz Dias |
Se de um lado o apego pelo trabalho era grande, do outro a missão de condensar todo o material era de partir o coração das meninas. Tato, que foi editor de imagens do projeto, conta o quanto era engraçado ver o sofrimento de Laiz, Ítala e Tailane na hora de cortar determinadas imagens. "Alguns momentos do roteiro precisavam ser contados. Pelo tempo da música, tivemos que encurtar ou adaptar. Era engraçado ver o sofrimento das diretoras que acompanharam a edição e estavam apegadas a quantidade de imagens que tinham sido feitas. Elas tinham vontade de usar todas!".
Tendência ou simplesmente um passo natural provocado pela tecnologia, o videoclipe colaborativo é uma realidade que você ainda vai ver muito pela frente.
Não deixem de acessar também o blog do projeto ou a fã page. O clipe vocês conferem logo abaixo!