Quarta é dia de pegar a mala e viajar um pouco por outras culturas. Nesse segundo episódio da viagem por Portugal, Arthur Franco conta pra gente um pouco da vida noturna pelas bandas de lá e das diferenças com nossos costumes tropicais. Preparados? Então vamos lá.
Sábado à noite, você e seus amigos vão para a balada. Mas antes, porque não fazer um esquenta em casa? Com uma cervejinha, uma vodca, uma oportunidade para preparar aquele drink que você aprendeu na internet. Tudo muito alcoólico, para já chegar à festa “alegre”. Mas que tal seguir o estilo português e beber um cafezinho antes da balada?
Enquanto as baladas no Brasil começam cedo, por aqui a tradição é sair tarde. Se em terra tupiniquins lá pelas dez, onze da noite você já está fora de casa, seja para tomar uma cerveja ou para entrar em alguma festa, aqui, antes de uma você não encontra ninguém na rua. Quem sai esse horário geralmente é para tomar um café com os amigos ou fumar, porque nenhuma balada começa antes das duas, três. Pena é que geralmente elas acabam cedo: lá pelas quatro os clubes fecham e apenas um ou outro fica aberto até o sol raiar.
A maioria dos estudantes não paga nada para entrar nas baladas e ainda ganha um drink free (!). O comum é tomar uma “imperial”, que é o nosso tradicional chopp. Os shots aqui também fazem sucesso: vodca, absinto, tequila, licor. Além de bons, são baratos, não custam mais do que um euro, um euro e meio.
A balada aqui só tem dois pontos ruins: as músicas e o cigarro. Estou em terras lusitanas desde setembro e em quase todas as baladas as músicas ainda são as mesmas do ano passado. E por aqui não é igual no Brasil, onde a lei anti-fumo vigora e você volta da balada sem o cheiro de cigarro impregnado nas suas roupas. Os europeus, no geral, fumam muito. Mas muito mesmo! Nunca conheci nenhum outro povo que fuma tanto. Professores param a aula para fumar, os filmes no cinema têm intervalo para os espectadores fumarem. Na balada então, todos fumam, do início ao fim. Existem países, como a Espanha que existe uma lei anti-fumo nos clubes noturnos. Mas essa proibição não existe em Portugal.
Fora isso, as festas por aqui são divertidas e o melhor na balada é que, ao invés de falar outras línguas por você já estar “alegrinho”, você fala outra línguas por estar cercado por pessoas de todo o mundo. Começa a noite conversando com franceses, passa por ingleses, gregos e tchecoslováquios e se despede dos espanhóis, rindo: estoy borracho, hasta mañana!
Se você perdeu o primeiro episódio do De Mala e Cuia Portugal, vem ver como nossa viagem começou!