terça-feira, 5 de novembro de 2013

Meninos também dançam

Foto Arquivo Pessoal
Eles superam a visão coronelista de que dança é coisa de meninas e mostram que a sensibilidade do movimento traduzido em passos coreografados é coisa para meninos também. Rompendo com o engessamento do comportamento masculino na sociedade, os garotos têm aparecido, cada dia mais, nas companhias de dança, pra mostrar que o amor e a paixão pela arte transcendem qualquer delimitação sexista.

A relação de amor entre meninos e a dança já foi ilustrada nas telas de cinema. No filme “Billy Elliot”, o diretor Stephen Daldry conta a história do garoto Billy Elliot (interpretado por Jamie Bell), que sonhava em ser bailarino. Seu pai - tradução machista da sociedade patriarcal - era pugilista e queria que seu filho seguisse seus passos (ou suas luvas). No entanto, o protagonista percebe que deveria confrontar os tabus impregnados no seu pai e seu irmão para conseguir a realização pessoal.


Essa é uma situação que não nos foge tanto. Ainda hoje, muitos garotos encontram barreiras quando vão mostrar sua expressão artística na dança. O bailarino conquistense Caíque Melo conta que sempre gostou de dançar, mas devido ao preconceito nunca procurou escolas de dança e participava muito pouco de eventos que ocorriam no colégio. “Nunca sofri preconceito tão explicitamente, mas eu nunca tive medo de falar que eu dançava e assim as pessoas me respeitavam por ver que eu não deixava espaço para tal situação. Alguns falavam que era pra mulher, mas eu sempre questionava e acabavam deixando os questionamentos de lado”, conta o bailarino.

Caique Melo e Artur Leite em cena. (Fotos Arquivo Pessoal)

A conexão entre o destino e paixão pela arte fez a dança se tornar um prazer fascinante na vida de quem dança. Artur Leite faz parte da companhia Danç'art e garante que “dançar compensa qualquer empecilho, principalmente em ser um garoto que dança. Não existem muitos, pois a sociedade prega uma falsa ideia de que a dança foi feita para mulher”.

A dança é uma satisfação universal. Ela ultrapassa os limites do sexo e transforma a arte em estilo de vida. O importante é se permitir e se entregar à liberdade dos movimentos, sem se preocupar com séculos de preconceito sexista.

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