terça-feira, 5 de novembro de 2013

Porque ostentar não agrega valor


Desde pequeno, ouvia minha avó falar que quanto menos a gente mostra, mais a gente tem. Não, ela não estava falando de bens materiais necessariamente. Mas de valores e, principalmente, de bom senso. Parece que ostentar virou a palavra de ordem nos últimos anos. E, antes que você me ache um belo de um hipócrita, no fundo todos nós trabalhamos a arte da ostentação.

Ostentar nada mais é que exibir algo e, mais do que nunca, a era das mídias sociais nos tornou grandes adeptos a mostrar aquilo que temos (ou fingimos ter). O grande problema disso tudo é que, moralmente, algumas coisas são “permitidas”, valem a exposição. Outras não valem tanto a pena, pois te tornará um belo babaca.

Na última semana, o “Rei do Camarote” foi motivo de inúmeras matérias, vídeos de paródia e uma chuva de comentários pelas mídias sociais (não duvido nada que logo logo um hit do verão venha chegando por aí). Não preciso dizer que os tais 10 mandamentos são ridículos, porque isso é quase senso comum. Mas, Alexander só expôs uma realidade que comumente temos acesso. Talvez em dígitos menores ou em bens distintos.

Quem não tem aquele amigo que ostenta a quantidade de curtidas em sua publicação, mesmo que como forma “carinhosa” de agradecimento? Quem nunca compartilhou aquela foto em uma festa VIP ou “tirou onda” com uma simples tacinha de espumante? Talvez quando as coisas são colocadas de maneira tão escrachada, a questão se torna bizarra o suficiente para atrair os mais distintos julgamentos.

Ano passado, o reality show “Mulheres Ricas” exibiu a vida de mulheres com uma fortuna muito maior que todos os nossos salários anuais. No meio dos excessivos (e irritantes) “hello” de Val Marchiori, sempre acompanhada de tacinhas, vinha toda a ostentação das grifes que diariamente a loira consumia. Não acho que o problema disso tudo esteja na riqueza pela riqueza, mas na necessidade de tornar público aquilo que, teoricamente, deveria ser algo natural e íntimo. Afinal, não há nada mais cafona que esfregar todas as suas marcas por aí. Como bem diz Narcisa Tamborindeguy (outra socialite brasileira), chique é ser simples, é ser notado discretamente.

Elenco da primeira temporada do reality "Mulheres Ricas"

Não, Alexander, Val e todos os outros ostentadores escrachados por aí não são isentos da falta de bom senso, mas, certamente, são pessoas que veem em todos os milhões de dólares de suas contas uma forma de comprar sorrisos superficiais (ou gozadas em banheiros). Mas, será que nossos sorrisos, publicados vez ou outra nos feeds do Instagram, são eternamente sinceros?

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