“Uma noite de crime” (The Purge) estreou semana passada no Brasil, mas nós, ilegais espertos que somos, já vimos há algum tempo baixado dos sites mil de downloads de lançamentos mundiais. O longa é um daqueles produzidos com baixo orçamento e que fez muito sucesso lá fora. O filme conta a história de uma família que vive em uma América do Norte de um futuro próximo, onde é possível perceber que existe pouco amor. Com as prisões superlotadas, o governo resolve instituir um único dia no ano em que todo e qualquer crime é permitido.
A história se desenvolve quando um estranho, implorando por socorro, é acolhido na casa de James Sandin, interpretado por Ethan Hawke. Imagine você se deparar com estranhos na porta da sua casa querendo a cabeça de alguém que está lá dentro, na bandeja, e você não sabe qual o motivo, nem mesmo sabe se ele existe? A tecnologia é o céu e o inferno da família que pode assistir, através de todo aquele sistema de segurança e câmeras espalhadas pela área externa, a toda pressão feita pelos destemidos assassinos sem culpa que estão cercando sua casa.
O filme foi lançado junto com outros de super-heróis e teve uma bilheteria muito acima do normal para filmes dessa categoria lançados na mesma época. Como um viciado em suspenses/terror (principalmente os baratos, falando em termos de valor gasto na produção), assisti ao filme com aquela sensação de querer ser surpreendido e concordar com a crítica que já tinha lido à respeito. Não aconteceu, confesso.
Senti o tempo inteiro a falta de alguma coisa que explicasse o fato de aquele cara ter ido parar dentro da casa e simplesmente conseguir ficar a noite inteira sem ser descoberto, mesmo que em escuridão total. (Os moradores de uma casa sabem exatamente onde fica a geladeira quando se levanta no meio da noite e vai comer beber água às três da madrugada.) De toda maneira, o diretor James DeMonaco, que também é o roteirista do filme, quis mostrar ao espectador das telonas e telinhas os sentimentos guardados dentro de nós mortais, como o instinto de sobrevivência e a violência natural presente em cada um.
A violência gratuita de “Uma noite de crime” lembra um pouco Tarantino, mas só lembra, porque a genialidade do mestre do sangue supera esse enredo. As máscaras usadas pelos assassinos sem causa no filme também são objetos que DeMonaco poderia descartar, já que, se não há punição, não há um porquê de se esconder o rosto. (Além disso, o fato de conter as máscaras só me deixou com mais saudade de “Os Estranhos” que, PUTZ, assistam!).
O filme garante alguns bons sustos e tensão, mas nada perto do que senti em algumas cenas das sequências de “Atividade Paranormal”, por exemplo. “Uma noite de crime” ganhará sequência e suas gravações devem acontecer até o final desse ano. A dica é: assista! Mas você passará bem sua vida sem vê-lo.
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