Não dá pra falar de religião sem adicionar um pouco de pimenta por cima. Falar mal da religião alheia é como xingar a mãe: nunca é uma boa ideia.
A questão é, que, com religião, não dá pra falar em argumentos, ou opiniões. Isso são para conversas descontraídas, ou até políticas, mas se a religião entra no meio, o que se ouve são dogmas e verdades absolutas. E os livros sagrados, sejam a Bíblia, o Torá ou o Alcorão, seguem a uma lei própria que ignora qualquer visão vinda de fora. Não julgo o fato de terem a própria maneira de ver o mundo, mas numa sociedade múltipla e miscigenada, não dá pra pensar o mundo sob um prisma só.
Vivemos numa sociedade diversificada. Pensar que todos os bilhões espalhados pelo mundo seguem a um mesmo Deus e a uma mesma doutrina é um tanto quanto ingênuo. Mesmo que as leis religiosas atendam a uma lei que não responde aos preceitos da sociedade mundana, é preciso lembrar de uma coisa: é nesse mundo que vivemos. No mundo onde o católico, o budista, o pai-de-santo tem um nome próprio e um número de registro geral, código de pessoa física e direitos e deveres sem distinções.
Acreditar ou não em Deus é uma opção, mesmo que os olhos revirem ao ler isso. E ter uma religião e orgulhosamente expor suas convicções também é um direito de quem quer espalhar as boas novas por onde passa. A questão é que, quando se trata de religião, não existe meio termo, o que dificulta uma possibilidade de trégua. Só entenda uma coisa: o mundo é assim, e assim vai ser por um longo tempo. Melhor aceitar que existam pessoas diferentes de você e que não há nada de errado com isso do que tentar convencer todo o mundo a pensar de um só jeito.