segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Esquinas por que passamos


De repente, surgida de uma espontaneidade que aparece depois de uma grande emoção ou mesmo depois de um tropeço qualquer na vida, a inspiração bate à porta e, sem que ao menos tenhamos consciência, num movimento quase instintivo, estamos diante de um novo texto. Enquanto rabiscamos o papel ou mesmo usamos a modernidade do Word, o texto cresce, as palavras fluem direto de algum lugar no íntimo de nosso ser e escrevemos todas emoções possíveis e listáveis de uma só vez. E, da escrita pessoal e particular, o desabafo torna-se de acesso mundial para todos aqueles que perambulam na rede. E é assim o doce, divertido e também trabalhoso universo em que existem os blogs pessoais.

De blog em blog, passeamos pelas ruas de vários universos e descobrimos o cantinho, o jeito e a vida de todos aqueles que deixam se conhecer apenas por palavras. Mas, por que tantas ruas separadas? Por que não juntar tantos sonhos, despedidas, sorrisos e lágrimas num grande amontoado de experiências? Foram esses cantinhos e essas vielas tortas da vida de cada um que formaram o Esquinas

Mariana Lacerda, Mário Ribeiro, Patrick Moraes e Sâmia Louise: quatro jornalistas que, além da profissão, tinham em comum também o gosto e o amor pelas palavras, “o vício incurável de fazer literatura”, como diz Sâmia. Donos de blogs onde divulgavam seus textos pessoais, o grupo de amigos viu no Facebook um espaço para divulgar seus textos. Hoje, após mais de um ano, a página tornou-se não apenas um lugar para promoção pessoal, mas também um grupo de discussão para todos aqueles que, de alguma forma, também são apaixonados pela leitura ou escrita.

Mariana, Mário, Patrick e Sâmia formam o time do Esquinas

O projeto surgiu do acaso, quando Patrick começou a perceber os interesses comuns dos amigos e imaginando como seria se eles tivessem um espaço para compartilhar seus interesses em literatura, crônicas e poesias. Patrick falou com os outros e então, juntos, os quatro começaram a pensar mais profundamente na página e dois meses depois, em agosto de 2012, estava no ar o Esquinas. 

No início, o público era pequeno, apenas amigos e algumas outras pessoas que já acompanhavam os blogs individuais de cada. Com o passar do tempo, os números foram aumentando e a página já chegou aos mais de 600 likes. “O público foi crescendo de forma tímida, mas hoje é cada vez mais frequente observarmos aquelas curtidas que vieram de pessoas totalmente fora do nosso ciclo de amizades, gente de diferentes lugares do país. Isso é bastante recompensador, pois nos leva a crer que a página está realmente tocando as pessoas, falando coisas que elas se interessam em ‘ouvir’. Conseguir traduzir os sentimentos de outras pessoas, muitas das quais você nem conhece, e ter esse retorno de forma tão espontânea é sem dúvidas a maior recompensa que a gente pode ter”, nos conta Sâmia. É nessa interação entre os donos da páginas e os seus “esquineiros” que está toda a emoção para continuar com o projeto.


Foi também essa interação e a boa recepção dos “esquineiros” que acabou por ampliar os intuitos iniciais da página. Agora, o Esquinas divulga também outros blogs e discute sobre livros, adaptações para o cinema, música e fotografia. Muitas vezes, recebem apoio de fotógrafos que mandam fotos para serem usadas na ilustração dos textos e de outras postagens.

E se o mundo fosse tomado de arte, os canhões se pintariam de flor e a guerra se vestiria de paz para ouvir música ao pôr do sol e escrever textos sobre o último beijo com a terra? É ideia gigantesca, mirabolante, ideia mesmo de poeta querer colorir o mundo com “as coisas que a natureza dá”. Mas a vida pode sim se pintar da cor dos textos de esquina, de palavras tortas de sonhadores meio loucos. E, talvez, por que não deixar o mundo inteiro se escrever como Esquinas?

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