quinta-feira, 29 de março de 2012

Dançar Kuduro? Ou dançar com tudo?



As mãos pra cima, cintura solta, dá meia volta, dança com tudo... Ué, mas não era Kuduro? Na minha cabeça e dos milhares que acostumaram com a música, sim. Kuduro, uma dança tradicionalmente africana, que atravessou mares e continentes pra chegar ao Brasil e virar "com tudo".


E onde fica a referência cultural? Preso no conservadorismo velado da Rede Globo, que não pode falar Kuduro mas o Big Brother taí, espalhando baixaria e futilidade do Oiapoque ao Chuí. 


Não que eu seja a favor da popularização do proibidão, aquele funk tão esculachado que incomoda até quem está acostumado. Também não promovo uma revolução sexual musical, e nem crianças rindo de  coisas que não possam entender. Mas fala aí, 'puta que pariu, meu gato botou um ovo' incomoda tanto assim pra caso chegue na Rede Globo, precise ser editado? Pra mim incomoda mais saber que pensem que foi Trio da Huanna que disse isso e não Raul, aquele do "Toca Raul!". 


E existe uma coisa lá pra cima, lá pras bandas da américa do norte, que se chama Radio Edition,ou no bom e velho português, edição de rádio. E você que sempre canta flying high (voando alto) naquela musiquinha famosa do James Blunt, You're Beautiful, não se iluda: ele não estava voando de amores pela menina que ele conhece no metrô. Ele tava era chapadão, mas como as rádios não fazem idéia do que é isso, melhor editar, né?

Ai ai, esse tema é tão controverso que nem sei bem o que pensar. Tem músicas e músicas, temas e temas, mas o que tem de tão grave em Kuduro? Nada que a novela das oito não tenha mostrado antes.


 






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