segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

As lembranças fotográficas de Angelo Bonini


Um frame de um filme recém-lançado com as lembranças de um inverno antigo; as fotos encaixotadas de Oliver, personagem do filme “Submarine”; o ar nostálgico dos anos 60. Todos esses contextos se aplicariam para definir as primeiras sensações provocadas pelo trabalho do jovem fotógrafo Angelo Bonini. Nascido em Cachoeira do Sul, interior do Rio Grande do Sul, o rapaz vê na fotografia uma forma de desabafar a vida, de fazer poesia através da imagem.


Aos 9 anos, ganhou sua primeira câmera e, desde então, tudo era motivo para ser fotografado. Se no começo os cliques eram aleatórios e compulsivos, aos poucos o significado de cada olhar por trás da câmera foi ganhando espaço. Bonini nos conta ainda que ainda cedo descobriu também o desejo pela cinematografia e busca representar o sentimento das lembranças em seu trabalho. “Foi um meio em que eu me agarrei para poder apresentar pras pessoas o meu olhar. Sempre fui uma pessoa que gostou muito de relembrar, então pra mim era incrível poder relembrar os momentos ali expressos na fotografia ou nos vídeos”, explica.

Bonini utiliza a fotografia analógica para dar alma as suas produções, que ele as define como simples e naturais. “Sempre amei essa ideia de trazer o nostálgico. O fato da saudade, o fato de retratar a vida como uma lembrança. Eu acho que as pessoas têm um pouco disso também. Às vezes desfrutam mais a lembrança do momento que passou do que do momento quando realmente aconteceu”, diz.


As inspirações vêm de lugares tão distintos quanto seu estado de espírito. Carine Wallauer, Aëla Labbé, Daan Isaac, Bastian Julia, entre outros fotógrafos são citados por Bonini como aqueles que ele têm estado de olho. “Apesar de nem poder me comparar com algum deles, eu acho que todos nós estamos conectados por essa semelhança na visão sobre as coisas e isso me fascina muito”, observa.

Autêntico, o trabalho de Bonini se revela na sensibilidade da lembrança, no imaginário construído pelos anos que passaram e que, muitas vezes, não vivemos, mas sentimos. A grande motivação do gaúcho é fazer com que o espectador sinta o momento em cada fotografia. Cheio de intenções, a melhor delas, certamente, é sensibilizar suas memórias.


Você pode conferir as fotos de Bonini pelo Flickr, Instagram ou Facebook.

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