domingo, 20 de maio de 2012

Achiles Neto mostra A Caixa de Pandora




Em frente a uma caixa de influências musicais que transitam entre a bossa nova, o tropicalismo até o arrocha baiano, Achiles Neto apresentou “A Caixa de Pandora” na noite de sexta (18) no Centro de Cultura Camillo de Jesus, em Vitória da Conquista. O show, baseado no CD de lançamento “Pandora”, trouxe novidades cênicas e nos próprios arranjos de cada canção.

E antes de subir ao palco para começar o show “que não é de MPB, não é de samba, não é de bossa nova, é um show de arte”, Achiles conversou com o Todavia e falou sobre referências, participação em festivais e os próximos passos depois do pontapé inicial.

Como surgiu o nome Pandora e o que você traz de referências musicais nesse trabalho?

Pandora foi uma sugestão de Marquinhos – meu parceiro de composições, com quem eu divido a autoria de Pandora – e retrata justamente a nossa intenção de fazer uma confluência de todas as nossas influências, tanto as dele, quanto as minhas. Sem preconceito musical e sem defender a verticalização da música, que é o que a gente sempre usa, a nossa música não segue apenas um caminho, e, sim, vários. Por isso, o nome de Pandora, que remete a caixa, a todas as vertentes que podem ser abertas, podem ser tocadas, podem ser expostas.

E o que se pode encontrar nessa “Caixa de Pandora”? 

Vocês vão encontrar algumas novidades. O CD em si foi gravado apenas em voz e violão, entretanto, a gente está apresentando um show com a estrutura de banda. Isso permitiu que a gente apresentasse as nossas músicas da forma como elas verdadeiramente são – diversos ritmos resumem as influências do trabalho da gente. Então, vocês vão ouvir também algumas releituras de músicas de artistas que nos influenciaram no processo de composição e algumas releituras que a gente chama de atos. Atos com o propósito de promover uma discussão, um debate. Vamos fazer um ato com arrocha, um outro com samba de roda do recôncavo, mas com uma música que remete ao axé music, e ainda um com heavy metal.

Parceiros de festivais e de músicas, Achiles e Marcus Marinho abriram o show apenas com voz e violão

Falando um pouquinho de festivais, a gente sabe que vocês já participaram de muitos, não só na Bahia. Como é a experiência, essa troca que vocês desenvolvem em cada festival?

Nós participamos de alguns festivais no ano passado. Tivemos êxitos em alguns, em outros não, que serviram de experiência. Pretendemos, sim, levar adiante a experiência de festivais porque a gente conseguiu ter um retorno interessante, tanto pelo contato com outros artistas como pela leitura que conseguimos fazer de outros universos da música nos quais nossa arte pode se encaixar. Festival traz essas possibilidades: conhecer novos artistas, mostrar o seu trabalho e poder viajar para outros lugares, justamente nosso intuito de conhecimento da arte que é promovida em diversas regiões.


Pra terminar, a gente sabe que aqui não é o começo; pelo contrário, teve muito trabalho antes, mas é um ponto de partida. E depois, quais são os planos de Achiles?

A gente está lançando Pandora já com o intuito de gravar outras coisas porque o trabalho agora tem sido feito com banda. Então a gente quer trazer esse pessoal (a banda) que está nos acompanhando agora em uma nova linguagem, não necessariamente em uma mudança de estilo. A música continua, mas é importante trazer novas interferências de outros artistas para poder compor nosso trabalho. Além de gravar mais músicas... fazer mais shows que é o que eu pretendo agora!


Fotos de Iulo Almeida
 






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