sábado, 5 de maio de 2012

Gaby Amarantos faz tremer em novo álbum

Por mais que eu não acredite nessa história de álbum vazar na internet nos dias de hoje, na quinta, dia 3, saiu o novo CD da Gaby Amarantos intitulado Treme. Amplamente conhecida como cantora de tecnobrega, nesse novo trabalho Gaby se propõe a dialogar o eletrônico com o tradicional, fazendo novas misturas, não se limitando a ser apenas tecnobrega (obviamente sem qualquer menosprezo ou desprezo ao ritmo) como já havia afirmado.


Gaby parece não ter o menor problema em passear por diversos ritmos que surgem em Treme. Tal aspecto se deve ao fato de ter estado sempre em contato com a guitarrada, a lambada, o zouk, o carimbó que influenciam sua música e sua carreira. As batidas, claro, tendem para o eletrônico, mas sem abandono das outras referências, o que engrandece o trabalho. Xirley, carro-chefe da cantora há bastante tempo, Ela Tá Beba Doida, Faz O T, Merengue Latino e Gemendo aparecem – deliciosas, devo acrescentar - como no EP lançado no começo deste ano. 

Conduzida sempre pela mistura de ritmos e instrumentos que tecem sua música, Gaby ainda se mantem em algo característico do brega: as letras que dizem de amor, como nas faixas Ex Mai Love, Vem Me Amar e em um dos clássicos da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano, Coração Está Em Pedaços. O álbum ainda traz composições novas, como Eira, da própria Gaby, e Chuva, cujo refrão parece ter alguns elementos de Umbrella, de Rihanna, feita especialmente pela também cantora Thalma de Freitas. 

Num lance de experimentação, Gaby convida Fernanda Takai para cantar Pimenta com Sal, originalmente de Lucinha Bastos, cantora e compositora paraense.  Ainda em parceria, ela traz Dona Onete, diva do carimbó chamegado, para cantar Mestiça, em que fala da miscigenação característica do Pará, do seu ambiente, de sua origem no Jurunas, bairro periférico de Belém. As músicas são mesmo bem trabalhadas e fica claro o empenho em cada uma das faixas.

Ao ouvir pela primeira vez, por mais empolgado que estivesse por ver finalmente o resultado de Gaby Amarantos, confesso que não achei tudo o que desejava. Mais contemplativo, notei depois que seria uma visão simplista que ela explorasse só o tecnobrega esperado. Então lembrei dela dizendo em entrevista que o novo álbum seria para difusão da nova música brasileira produzida no Pará e vi o quão grande é mesmo seu Treme e o quanto do seu Estado, que ainda não conheço, dá pra sentir dali.


O lançamento oficial do álbum está previsto para a próxima semana.
 






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